quinta-feira, 21 de abril de 2011








Economia indígena

* Por Manoel Freitas

(Continuação)


A principal atividade econômica dos Xakriabá é a agricultura, cultivada de modo tradicional e voltada para a subsistência da família nuclear e ampliada. O excedente eventual na maior parte das vezes não é vendido, mas trocado ou mesmo doado, numa rede de relações baseada no compadrio, no parentesco e no compromisso mútuo que o grupo mantêm entre si.
Dessa forma, durante um longo tempo a remuneração monetária era obtida com trabalhos temporários para fazendeiros do entorno da reserva. Com o recrudescimento dos conflitos nas relações entre índios e regionais, principalmente ao longo da segunda metade do século XX, muitos Xakriabá preferiram trabalhar em outros estados a se empregarem junto aos invasores de suas terras.
Duramente castigados pelas inconstâncias do clima, os Xakriabá permanecem na terra durante o inverno, quando plantam e colhem com relativa fartura. Mas, no verão - com uma longa tradição - há um número considerável de homens adultos que migram temporariamente para o Sul de Minas, São Paulo, Goiás e Mato Grosso para trabalharem cortando cana e em outras lavouras em épocas de safras.
Os Xakriabá também têm investido na agricultura alternativa – com o uso frutos do cerrado para a produção de polpa e doces – e no resgate de práticas antigas, como a construção de casa coletiva de produção de farinha em algumas aldeias. Outra vertente na busca pela geração de renda está voltada para a produção de tijolos de solo-cimento, mistura prensada de terra com cimento, sem que haja necessidade do processo de queima. A tribo tem uma variedade muito grande de argilas e solos e também há investimento na produção de telhas, para evitar a compra do produto fora das aldeias.

• Fotógrafo de Montes Claros/MG

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