sexta-feira, 28 de janeiro de 2011




Dormência

* Por Marleuza Machado

Amor morto não se sepulta
Ainda que não produza luz
Ele respira
Ele inspira
Faz da vida um inferno
Quando castiga
E eleva ao céu em segundos
Quando instiga

Por amor morto muito se chora
Mas sempre se espera
Pois quando se imagina que ele morreu
Que nunca mais terá quem se perdeu
Eis que ele salta dos olhos
Sacode o corpo
Rouba ar do pulmão
Acelera o coração
Põe a vida em movimento
Com tamanho atrevimento
Que até mesmo o mais cético
Se dará por convencido
Não era amor morto
Era amor adormecido.

• Poetisa e jornalista

4 comentários:

  1. Excelente, Marleuza! Acertou em cheio no tema e na forma! Parabéns!

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  2. Obrigada pelo carinho, Sayonara.
    Beijo Grande!

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  3. Ah Marleuza, todas nós temos um amor que morreu, para sempre. O seu caso foi diferente, pois despertou. Amor resgatado pode ser bonito na renovação. É preciso ser artista para tê-lo de volta, e você foi.

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  4. É, Mara, talvez eu não seja tão artista como você imaginou. O que fiz foi adormecê-lo em meu coração e o vi despertar apenas num piscar de olhos. Quanto ao amor do outro, ainda não sei... Por vezes, o poema reflete, apenas, o desejo que um amor se concretize, já contanto com isso. Como dizem que devemos tomar cuidado com nossos desejos, pois podem se tornar realidade...

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