sexta-feira, 27 de agosto de 2010




Ariella fora de órbita

* Por Silvana Alves


Ela parou no meio da rua. Já não sabia seu destino. Tinha que ir fazer uma entrevista, mas, de repente, deu um branco, um vácuo, uma lacuna no meio do nada misturado a nada. Percebeu que seus anseios estavam tomando conta de seus pensamentos, e seu dia ficou congelado em algo do passado, no momento presente e num futuro cheio de mistérios.

Ariella tinha disso. Ficar parada no meio do nada, pensamento em absolutamente algo algum. Os pensamentos se perdiam e quando voltava para o mundo real, notava que ficava tempos fora de órbita. Isso desde muito pequena.
-“De novo aconteceu!” – pensa, e fala sozinha... (essa é uma de suas características)

Naquele momento, lembra-se que sua sintonia com o mundo real se perdeu quando pensou num amor que, acabara de se dar conta, não mais existia.
- Preciso tomar cuidado, se não qualquer hora vou desaparecer e não vão me encontrar – (ri e lembra para onde tem quer ir).

E Ariella segue em frente para mais um dia de trabalho e lutas e, antes que se desse, conta... saiu fora de órbita novamente.


* Jornalista formada pela FATEA (Faculdade Integrada Teresa D´Ávila). Duas palavras falam por mim: vida e poesia.

2 comentários:

  1. Minha paixão é a poesia e
    convivemos harmoniosamente.
    Ela me mantém com um pé lá
    e outro cá.
    Lindo texto.

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  2. Na minha humilde opinião Ariella existe e sofre de Disritmia Cerebral, pequeno mal. Cada desligada dessas leva a perdas de grandes quantidades de neurônios. Sem ajuda poderá se perder, cair, ser atroplelada e até morrer. Outra hipótese, um pouco menos grave, dependendo do ponto de vista, poderia ser o TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Ambas têm tratamento e controles mais ou menos precários, e não muito animadores.

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