segunda-feira, 21 de junho de 2010




Quaresmeiras

* Por Alexandre Bonafim

Por entre as paredes
da memória
desenhado a giz
um menino teima
em brincar
com as sombras
do silêncio.

Quaresmeiras
latejantes de cor
também insistem
em fincar raízes
no que se perdeu.
ao adentrares a brancura
dessa página
folhas e húmus
hão de enredar
o teu nome
o teu passado.

A brancura desse poema
há de mergulhar
a tua voz
nas origens
de todo
esquecimento.

Por entre os muros
da palavra
uma criança teima
em desenhar
na existência
um rosto de chuva
para sempre iluminado.

* Poeta, contista, cronista, crítico literário, professor e mestre em Literatura. Autor do livro “Biografia do deserto”.

2 comentários:

  1. Quaresmeiras...tão belas quanto
    a sua poesia.
    Abraços

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  2. "Um menino teima em brincar com as sombras do silêncio". Esta é apenas uma das lindas imagens presentes no poema.
    Que bom, Pedro, que você abriu as portas para este grande Poeta!
    Abraços

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