segunda-feira, 26 de abril de 2010


Saiu o Pulitzer

Caros leitores, boa tarde.
O Prêmio Pulitzer, atribuído anualmente desde 1918 nos Estados Unidos, é, sem dúvida uma das mais prestigiosas e cobiçadas premiações literárias do mundo, talvez inferior em importância e projeção somente ao Nobel. É verdade que não é, especificamente, ou “só” de Literatura. Tem outras categorias, notadamente do Jornalismo.
Os prêmios são, na verdade, 21. Os jornalísticos, distribuem-se da seguinte forma: “Serviço Público”,. “Furo de Reportagem”, “Reportagem investigativa”, “Reportagem explicativa”, “Reportagem de denúncia”, “Reportagem Nacional”, “Reportagem internacional”, “Reportagem especial”, “Comentário”, “Crítica”, “Editorial”, “Projeto Editorial”, “Furo de reportagem”, “Reportagem fotográfica”, “Fotografia” e “Homenagem”. Há, ainda, duas categorias artístico-culturais: “Teatro” e “Música”.
O anúncio anual dessa premiação, com 92 anos de existência, gera, como seria de se esperar, intensa expectativa, tanto nos meios de comunicação (jornais, revistas, agências de notícia etc.), quanto nos artísticos e literários. Ganhar um Pulitzer não é pouca coisa, significa a consagração dos galardoados. Ademais, quando se trata de evento desse tipo, convenhamos, os norte-americanos sabem fazer as coisas (e como sabem!). Exemplo típico é a premiação anual do Oscar e de tantos outros, cuja menção é dispensável.
Para nós, neste espaço, o que interessa, obviamente, são os prêmios de literatura. E eles têm que ser nomeados assim mesmo, no plural. Não há, como no Nobel, uma só e única premiação de Literatura. Na verdade, são quatro, divididas nestas categorias: “Literatura de ficção” (romances, novelas e contos), “História”, “Poesia” e “Ensaio”.
A premiação deste ano foi divulgada em 12 de abril, consagrando, de vez, portanto, quatro escritores que ganham, dessa forma, o “centro do palco” no cenário mundial das letras. O ficcionista premiado foi o conhecido romancista Paul Harding, por seu romance “Tinkers”. Certamente, a esta altura, as grandes editoras brasileiras já estão se movimentando nos bastidores para adquirir os direitos de tradução e publicação no Brasil desta agora laureada obra. O investimento vale a pena. É venda certa!
O historiador galardoado neste ano com o Prêmio Pulitzer é Liasquat Ahamed, com o livro “Lords of Finance: the bankers who broke the world”. Certamente, deve ser um relato fascinante sobre a responsabilidade dos grandes detentores de dinheiro do mundo capitalista na recente (e ainda não de todo superada) crise financeira internacional. Como se vê, trata-se de uma obra, sobretudo, atual.
Na categoria “Poesia”, o prêmio foi atribuído a Rae Armantrout. Confesso minha absoluta ignorância sobre este poeta (que deve, obviamente, ser muito bom, caso contrário não receberia tão elevada premiação) e sua obra, no caso “Versed”. Prometo pesquisar meticulosamente a respeito para, aí sim, tecer comentários, fundamentados em dados concretos. Por enquanto, contentem-se com sua mera menção, ok?
Finalmente, o ensaísta premiado foi David E. Hoffmann, por seu livro “The dead hand: the untold story of the cold war arms and its dangerous legacy”. Trata-se uma lúcida análise feita sobre a chamada “Guerra Fria”, iniciada com a derrocada nazista ao término da Segunda Guerra Mundial e que só acabou com a desagregação da União Soviética.
Embora ela tenha terminado (ou aparente que terminou), deixou para trás maldita herança. Há uma série de questões mal-resolvidas ou irresolutas que podem conduzir o mundo a um insolúvel impasse político-militar que ameace desembocar, até, em um indesejável (e impensável) conflito nuclear.
Não se sabe, por exemplo, o destino exato de milhares de ogivas atômicas, estocadas em silos de várias das ex-Repúblicas soviéticas. Vocês já imaginaram se alguma, uma só que seja, vier a cair em mãos de algum grupo terrorista, a Al Qaeda, por exemplo? É bom nem pensar!
Nos próximos dias, tecerei comentários específicos e detalhados sobre os quatro escritores premiados, em suas respectivas categorias, que conquistaram o prêmio desdenhado pelos que não têm e nunca terão chances de ganhá-lo, mas cobiçadíssimo pelos que têm talento de sobra para a sua obtenção.

Boa leitura.

O Editor.

3 comentários:

  1. Fico aguardando mais informações,
    fiquei um pouco curiosa, principalmente no que se refere à
    poesias.
    Beijos

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  2. Eu também! Na categoria "Poesia", o prêmio foi atribuído a poetisa Rae Armantrout(idem, não conheço), aguardaremos a pesquisa sobretudo a obra "Versed".
    Obrigado, Pedro.
    Abração do,
    José Calvino
    RecifeOlinda

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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