quarta-feira, 28 de abril de 2010




Candanga

* Por Paulo José Cunha

Para Paulo Bertran

Candanga, a alma leve dos cerrados,
a moça e seus cabelos nos longes de Goiás.

Candangos nós, teus filhos de adoção.
Candangos nossos filhos,
nascidos do teu chão.

A mão que te acenou de tão distante
foi quem prometeu que te faria:
trocou o talvez, por neste instante,
e a cidade assim se fez.

Candangos Vladimir, Bertran, Oscar, Sayão,
candangos Lúcio, Vera, Nicolas, Bulcão,
candangos Teodoro, Cássia, Renato, Catalão.

Misteriosos como os campos de cerrados
de longe, apenas troncos retorcidos,
de perto, segredos revelados.

Água de mina, raízes, folhas, flores,
beleza pura que explode por detrás
dos detalhes escondidos na aridez
da vastidão dos campos de Goiás.

* Poeta de Brasília/DF

2 comentários:

  1. Nada como amar o lugar
    que nos acolhe...vira paixão.
    Abraços

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  2. Que linda paixão!
    Destaco: "de longe, apenas troncos retorcidos,
    de perto, segredos revelados."
    Bonito amor a uma cidada adotiva, e por isso mesmo um amor maiúsculo.

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