segunda-feira, 28 de dezembro de 2009




Ano Novo, vida nova...

* Por Aliene Coutinho


A roupa branca do réveillon, comprada no início de dezembro, foi o sinal de alerta para a primeira promessa do ano novo: emagrecer! Foi isso que Isabel jurou, sob os fogos que explodiam no Pontão do Lago, ao nascer de 2007. Naquela noite ela resistiu à ceia farta, aos chopes, aos doces que faiscavam diante de seus olhos, só não dispensou as sete uvas, para os sete pedidos, uma simpatia que ela fazia desde que se entendia por gente.

E o Ano amanheceu nublado, aquele friozinho típico das manhãs de verão em Brasília, uma preguiça, uma vontade de tomar um chocolate quente, e Isabel, meio sonolenta, quase inconsciente, correu para a cozinha, e comeu tudo que encontrou, devorou até um pedaço de pernil tirado da geladeira, lambeu os dedos, e só então deu conta do que havia prometido a si mesma.

Sentiu-se mal, chegou a ficar tonta, tomou fôlego e lembrou de quantas outras vezes havia feito a mesma promessa, e quantas outras vezes não conseguira passar do terceiro dia de dieta. Goooorda, gorda, ela não era, mas estava seis quilos acima do peso, as calças apertadas, uma barriguinha teimava em aparecer nas blusas de malha. Passou a usar batas, era moda mesmo, e quando olhava da varanda do apartamento onde morava para o Parque da Cidade, também jurava, que ia dar aquela volta quase olímpica, mas tudo sempre ficava para amanhã...

Ressaca moral é a pior de todas, que o diga Isabel. Ela chorou, de verdade, sentiu medo de não poder cumprir outras promessas, de não avançar, ou crescer em coisas que dependessem exclusivamente dela. Lembrou de anos passados e seguidos, que prometera parar de roer unha, de deixar o cabelo crescer, de fumar, porque era tão complicado mudar de vida, de atitude???

Enxugou as lágrimas, vestiu um moleton folgado, calçou um tênis e lá se foi para o Parque, só agüentou meia hora de caminhada, suou. Na volta passou numa academia e fez a matrícula numa turma de spinning. Ficou sabendo que a cada uma hora pedalando, é possível perder 600 calorias. No finzinho do primeiro mês de 2007, ela ainda persiste e garante: vai resistir ao pecado da gula, e se a felicidade depende de alguns quilos a menos, aquela velha calça jeans 38 do fundo do armário que a aguarde.

* Jornalista, professora de Telejornalismo

3 comentários:

  1. E tomara que depois de seis quilos a menos
    ela possa se sentir mais confiante e pronta
    para ser feliz.
    Abraços

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  2. Ah, não estou acreditando muito em Isabel não. Furou a decisão no primeiro dia? Nem para 2010 dará certo. Ficará no modelo 44 mesmo. Espero estar errada.

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  3. Acredito que ela consiga,Aliene. Se o problema for só excesso de comida e vida sedentaria, para emagrecer basta querer.Dá trabalho, mas é só começar.
    Beijos

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