domingo, 22 de novembro de 2009


Campeão de vendas

Caríssimos leitores, boa tarde.
Um dos grandes campeões mundiais de vendas de livros está de volta em nosso mercado editorial. A Editora Sextante lançou, nesta sexta-feira, 20 de novembro, feriadão do Dia da Consciência Negra, a edição brasileira do novo livro de Dan Brown, intitulado “O símbolo perdido”.
Sabem qual é a sua tiragem? É a “bagatela” de 800 mil exemplares!!! Ou seja, é 200 vezes o padrão da primeira impressão de um livro no Brasil (e em várias partes do mundo), que é de 4 mil volumes.
E pensar que quando lancei meu livro “Por uma nova utopia”, com tiragem de reles 2.000 exemplares, muitos disseram que eu estava louco, totalmente fora da realidade! Felizmente, ela não tardou a se esgotar, assim como se esgotaram outras cinco edições na mesma quantidade. No meu caso, porém, atribuo a boa venda exclusivamente ao fator sorte, até porque este está longe de ser o meu melhor livro. Todavia, os 12 mil exemplares que vendi, são irrisória “merreca”, se comparados ao que Dan Brown vende em um único dia.
Muitos não gostam desse escritor. Consideram-no polêmico em demasia e até um tanto “apelativo”. Não o considero filósofo, psicólogo ou cientista. Encaro-o como excelente romancista, cujo texto, sempre bem escrito, polariza minha atenção da primeira à última página. Quando leio seus livros, não estou em busca da verdade histórica. Ele é um ficcionista. Quando quero conhecer a História que tenha credibilidade recorro a um historiador de reconhecida estatura. Faço o mesmo em relação à ciência.
Dan Brown não é um historiador escrevendo romance, mas um romancista utilizando alguns elementos históricos esparsos, o que é diferente. Nem é, como foi Isaac Asimov por exemplo, um cientista escrevendo ficção. É um ficcionista que usa, aqui e ali, informações científicas (nem sempre exatas) para fundamentar seus enredos.
É assim que o encaro. Por isso, não discuto suas colocações (para mim estapafúrdias) sobre Jesus Cristo e Maria Madalena, por exemplo, no livro “O Código da Vinci”. O que procurei nessa obra (e encontrei), foi um bom romance, movimentado, com todos os ingredientes que compõem uma boa história, como amor, sexo, violência, traição etc. Não procurei, portanto, e se procurasse não a encontraria, a verdade histórica.
O novo livro de Dan Brown, “O símbolo perdido”, versa sobre um conceito filosófico pouco conhecido fora dos círculos especializados, mas que me fascina: a noética. É, a grosso modo, o poder que a mente humana tem de influenciar o mundo físico. Trata-se de um conceito difícil de se entender, e muito mais de se explicar em poucas palavras. Tentarei, contudo, a façanha.
Homens e os demais animais inserem-se em três dimensões básicas: a biológica, a psicológica e a social. Nós, humanos, porém, nos incluímos (com exclusividade) numa quarta, vedada aos outros seres vivos e que, por isso, nos caracteriza e distingue. E qual é? É a dimensão espiritual (ou noética).
Dessa forma, a existência humana, além de ser biológica, psicológica e social, é, sobretudo, espiritual. Essa dimensão é a nossa essência. Trata-se de uma dimensão superior às outras três, porque as inclui sem negá-las. É nela que está a vivência da liberdade e da responsabilidade. Não ficou muito claro, mas não faz mal. Sugiro que vocês pesquisem outras fontes.
Dan Brown confessa que despendeu seis anos no estudo da noética. Não esperem, contudo, que ele traga dados rigorosamente exatos sobre esse conceito. Reitero que ele é, basicamente, escritor de ficção que recorre a dados históricos, científicos e /ou filosóficos e não um historiador, ou cientista, ou filósofo que escreve romances.
O novo livro de Brown, que tem a tradução de Fernando Abreu, custa R$ 39,90. Embora o preço seja um tanto salgado para os nossos padrões, creio que vale a pena. Pelo menos o leitor terá diversão garantida por um bom tempo, pois “O símbolo perdido” tem quase 500 páginas (na verdade, 496). É, no meu entender, um livro que vale o quanto pesa. Além de se divertir com uma história original, muito bem contada, de lambuja você poderá refletir sobre muita coisa que lhe diga respeito. Mas não faça a bobagem de tomar suas “informações” ao pé da letra. Confronte-as com outras fontes mais confiáveis, combinado?.

Boa leitura.

O Editor.

Um comentário:

  1. O meu segundo livro (Indecisos) teve tiragem prometida de 100 exemplares mas só imprimiram 40 e sem registro. Prometeram fazer nova tiragem caso se esgotasse, mas não divulgaram o livro. Depois de tantas reclamações o livro sumiu e disseram que tinha esgotado. Com as minhas críticas públicas se negaram a fazer nova tiragem. Me usaram para vender os serviços de restaurante da casa noturna deles. Sem falar que eu tive que ir buscar os convites do lançamento na véspera do evento. Espero que a nossa colega Celamar tenha mais sorte com eles. Aliás, confesso que sentirei até inveja, pois eu fui tratado como uma criança. Como não quero mais pagar para publicar, estou com um livro imaturo encalhado embaixo da minha cama 3nquanto que o livro bom foi boicotado pela editora que não teve competência para fazer uma boa divulgação. Gostaria de procurar outra, mas os escritores sem QI precisam cumprir tantas exigências para mostrar um original que sequer será lido que eu me sinto desestimulado e prefiro pensar em outras prioridades. Peço desculpas a Celamar, mas só lerei o seu livro se ela me der de presente, pois não dou um tostão para essa editora que a contratou. Finalmente aceitarei dar um exemplar do meu primeiro livro em troca.

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