sexta-feira, 19 de junho de 2009




Soneto operário

* Por Nei Leandro


Construirei comigo essa canção
de pedra. Pedra a pedra, irei subindo as
quatro colunas do meu canto puro.
De minhas mãos renascem argamassas

novas (suor e cal), na solidão
que as paredes, se erguendo, ensinam. Inda
que tarde, ficarão por terra os muros
de vidro, para que no mundo faça-se

luz igual. Estarei, então, no mesmo
chão dos homens, olhando a mesma estrela.
(Na estrada os trigos brotarão a esmo

em flores amarelas de pão). Mas
me desfaço então o chão e a minha estrela,
recomeço a canção de pedra e paz.

* Poeta

2 comentários:

  1. Parabéns, poetastro potiguar, pelo poema tão inspirado quanto elaborado. Trabalho de ourives, ouro de mina, talento maiúsculo!

    ResponderExcluir
  2. Que Poeta! De arrepiar, Nei! Lindo, forte, maravilhoso.
    Parabéns!
    Beijo

    ResponderExcluir