quinta-feira, 28 de maio de 2009




Leviatã

* Por Talis Andrade


A musa foi engravidada
nas quatorze arcadas de um soneto
Nove meses o fruto esteve sazonando
Nove meses se passaram
para que a criança se modelasse
as luas de prata
com frios raios nela tocassem

Desde o útero a salvação
ou a maldição de viver
na miséria na exclusão
E quem nasceu predestinado
para sofrer as dores do mundo
vai para as trincheiras do ódio
com mil granadas na mão

(Do livro “Romance do Emparedado”, Editora Livro Rápido – Olinda/PE).

* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).

Um comentário:

  1. Quem nasce do lá de lá da sociedade vinga-se com granadas que explodem na própria mão. Nem no útero estiveram a salvo das agruras humanas. É preciso ser tão forte quanto o poema. Gostei!

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