quarta-feira, 22 de abril de 2009


Regional, nacional e universal

Fernando Pessoa já dizia, com muita propriedade, que da sua aldeia, mais especificamente da sua janela, via o mundo. E estava certo. O escritor, para ser verossímil, tem que escrever sobre a sua realidade que, no final das contas, é a mesma de todas as pessoas, não importa em que região do Planeta habitem. Todos os homens, no que é essencial, são iguais, apesar das diferenças de língua, de cultura, de tradições etc.
Conscientes disso, os mentores do Literário preocuparam-se em contar, na medida do possível, com representantes de todas as regiões do País. Neste momento, só o Norte está ausente. A propósito, de algum escritor dessa área do Brasil estiver interessado em se juntar a nós, basta que nos procure. Se isso ocorrer, nosso painel regional estará completo.
Das regiões do País com colunistas no Literário o Nordeste prepondera, com cinco representantes. Poderiam ser sete, se considerássemos Risomar como pernambucana, que de fato é, que se inclui entre os colunistas do Sudeste e Aliene Coutinho como paraibana, embora represente o Centro-Oeste.
Aliás, Pernambuco é o segundo Estado com maior número de colunistas (considerando Risomar como “paulista” de adoção e Aliene como brasiliense): Marco Albertim, Talis Andrade e Urariano Mota. Não por acaso, foi “batizado” neste espaço como “Terra do Sol”, em referência não apenas ao astro rei, que nos ilumina e aquece, mas à fonte de luz que seus representantes de fato são e que iluminam corações e mentes dos leitores.
O colunista pernambucano de hoje, Marco Albertim, é uma das maiores “aquisições” do Literário. Jornalista experiente e vivido, trouxe, para a Literatura seu imenso talento descritivo. É contista de mão cheia, premiado várias vezes e com toque internacional (que chique!), tendo publicado suas bem-urdidas histórias no site espanhol “La insígnia”. Foi indicado por Urariano Mota – mestre e conhecedor de talentos – que, como sempre, acertou na mosca. Marco publica, hoje, seu 35° texto. Reunidos, os que já publicou no Literário formariam magnífico livro que, certamente, se tornaria, num piscar de olhos, fácil, fácil, best-seller nacional.
O outro representante do Nordeste, no cardápio das quartas-feiras, é baianíssimo, a despeito de haver nascido no Rio de Janeiro e ter ascendência germânica. Mais: é não apenas baiano, mas sertanejo típico do interior desse importante Estado. Jornalista polêmico, Seu Pedro, como é conhecido internet afora, não tem papas na língua e diz o que é preciso dizer. Ou seja, aquilo que a maioria não tem coragem de expressar. Fá-lo, todavia, sem agressividade, com elegância e donaire. Seus textos, posto que incisivos e irônicos, têm inegáveis toques de humor. Como colunista, traz-nos, hoje, sua 69ª contribuição. Na verdade, publicou, no Literário, mais de cem textos, pois por muito tempo foi colaborador sem compromisso.
A terceira colunista de hoje é uma aquisição recente. Representa o Norte de Minas com influência, portanto, pelo menos cultural, do rico (material e artisticamente) Sul da Bahia. Trata-se de Sayonara Lino, que se caracteriza por uma personalidade forte e por atitudes que deveriam ser sempre as de qualquer escritor que se preze. Ou seja, não fica “em cima do muro”, mas assume posições, mesmo que essas não sejam do agrado da maioria. Como colunista, publica, hoje, apenas o 3° texto. Mas, a exemplo do Seu Pedro, publicou vários outros, como colaboradora sem compromisso. Para a felicidade do leitor, porém, agora integra o nosso quadro fixo de colunistas.
Todos esses jornalistas-escritores (ou seria escritores-jornalistas? Não importa!) da “sua aldeia” enxergam o mundo. Não se limitam, contudo, a enxergar. Trazem-nos idéias, valores, princípios e experiências não apenas regionais ou nacionais, mas universais. E, mais do que isso, transcendentais.

Boa leitura.

O Editor.

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