terça-feira, 28 de abril de 2009


Impura

(*) Por Clara dos Anjos


A barba roçando o meu peito
A boca engolindo meu seio
E o olho a fechar
Pra não me intimidar
Delírios
Delírios do meu corpo
Delírios da mente
Carente, ardente
Sufoco meu desejo vão
Que explode em revelação
Quando o corpo grita
A lembrança castiga
A estranha entra em ação
E não controla a reação
O líquido vaginal
Desce torrencial
E molha a cadeira
Domina a fêmea
Envergonha a irmã gêmea
Santa, recatada
Que em nada lembra a maga
Seca teu corpo, mulher
Mata essa figura
Sensual, impura


*Clara dos Anjos é cronista/contista/poeta, nasceu em Montes Claros, interior do estado de Minas Gerais e reside na capital Belo Horizonte. É colaboradora em suplementos literários e comunicadora. Recebeu o nome de um personagem do escritor Lima Barreto, de quem seu pai era leitor e admirador. Prepara a publicação de seu primeiro livro "Ecos", compilação de crônicas, contos e poemas

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