domingo, 26 de abril de 2009




Carrossel

* Por Pedro J. Bondaczuk



Tédio...
O Bonde Esperança passou...
O menino grande ficou
sem ter destino.

Tédio...
Estrelas azuis sorriem
e pálidas luas contemplam
a negritude da alma
do menino.

Tédio...
Rouxinóis incolores,
flores pretas,
bondes brancos...

Tédio...vagar...tristeza...
Morreu a estrela do mar
que fez o menino chorar.

Campos roxos,
campas brancas,
sorrisos frouxos,
tristezas francas.

Globo girante,
carrossel gigante
que não pára,
mas sempre volta.

O menino tirou
no carbono do sonho
uma cópia da vida.

Tédio...
O Bonde Esperança passou
e deixou o menino
sem seu destino...

*Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos) e “Cronos & Narciso” (crônicas), com lançamentos previstos para os próximos dois meses. Blog “O Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com


Um comentário:

  1. Dá imensa tristeza ver o mundo infantil com olhos de adulto desencantado. Vem uma vontade de chorar, e a prova disso é a cópia carbonada da vida. Mata-se de angústia e não de tédio, Pedro: essa infância cor-de-grafite maltrata e dói!

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